quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A essência do Natal


Tenho dificuldade em perceber pessoas que não ligam ao Natal. Eu vibro tanto com tudo o que tenha a ver com a quadra. E não percebo porque, de certa forma, sempre fui uma inconformada em relação à minha falta de família nesta quadra e não foi isso que me impediu de criar um espírito natalício que impregna em mim todo os anos. 
Os meus pais são ambos filhos únicos e o meu avô não vive em Portugal o que faz com que haja um total de seis pessoas na mesa de Natal. Não me interpretem mal, sei que há pessoas que passam o Natal sozinhas por não terem mais família ou por a família estar longe. O que, ainda assim, me faz confusão porque estas pessoas tendem a martirizar-se e insistem em passar o Natal sozinhas quando há amigos que os convidam. Não é a família, poderão dizer... Mas eu digo: os amigos são a família que escolhemos e se não é a mesma coisa passar a consoada com amigos em vez de família, penso que no fim das contas é interminavelmente pior passá-lo sozinho.
Além disso, as hipóteses são imensas: quantas pessoas não passam o Natal nas ruas e precisam de alguém para lhes dar o bacalhau que não podem comprar? E aqui sim, chegamos ao busílis. O que eu não entendo nas pessoas que dizem não ligar ao Natal é o facto de ignorarem o espírito que se vive nestas alturas. Porquê? Porque é só nesta altura, dizem uns; porque é só consumismo, dizem outros. Eu cá, penso que o Natal é o que dele fazemos. Nós somos construtores das tradições e cabe-nos a nós, a cada um de nós, acrescentar um ponto nesta manta de retalhos. A essência do Natal está nas nossas mãos.

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